THCV vs. Ozempic: A Cannabis Disputa Espaço na Revolução do Emagrecimento
- Matheus Prestes
- 17 de mar.
- 2 min de leitura

Enquanto o mundo busca soluções inovadoras para o controle de peso, duas marcas têm dominado as conversas: Ozempic e Mounjaro. Esses medicamentos, à base de semaglutida, revolucionaram o tratamento da obesidade ao agir diretamente nos mecanismos de saciedade. Mas e se eu te disser que a cannabis medicinal pode ter sua própria "resposta natural" a essa demanda? Entra em cena o THCV (tetrahidrocannabivarina), um canabinoide que está chamando a atenção de pesquisadores e entusiastas da saúde.
Sempre defendi que a cannabis medicinal vai além do óbvio. Não se trata de ‘fumar e relaxar’, mas de explorar moléculas como o THCV para demandas específicas, com ética e embasamento.
Por que a comparação?
A semaglutida (presente em Ozempic/Mounjaro) funciona como um agonista do GLP-1, prolongando a sensação de saciedade e regulando o açúcar no sangue. Já o THCV, embora atue de forma distinta, mostra efeitos promissores:
Redução do apetite em estudos pré-clínicos, agindo como antagonista dos receptores CB1 (ao contrário do THC, que estimula a fome).
Aumento do gasto energético, com potencial para acelerar o metabolismo.
Regulação da glicose, um efeito colateral benéfico similar ao da semaglutida.
Não se trata de dizer que um substitui o outro, mas de apontar que a natureza pode oferecer alternativas multifacetadas para desafios complexos como a obesidade.
THCV: O "Canabinoide Fitness"
Enquanto o THC é associado ao "larica", o THCV ganhou apelidos como "o canabinoide da dieta" ou "Adderall da cannabis" por seu perfil estimulante e supressor de apetite. Em estudos pré-clínicos, o THCV demonstrou modular o apetite e melhorar parâmetros metabólicos, como a sensibilidade à insulina. Em humanos, pesquisas iniciais, incluindo um pequeno ensaio clínico publicado no Diabetes Care, sugerem benefícios no controle glicêmico – com a vantagem de não apresentar os desconfortos gastrointestinais associados à semaglutida.
Mas atenção: Não é uma "fórmula mágica".
Assim como Ozempic exige acompanhamento médico, o THCV não deve ser romantizado. A cannabis medicinal é um campo de nuances:
Dosagem e equilíbrio com outros canabinoides (como CBD) são críticos.
Efeitos variam conforme o biotipo e condições metabólicas.
Regulação ainda é um desafio global, com acesso limitado a produtos de qualidade.
Além disso, a semaglutida tem décadas de pesquisa clínica; o THCV está apenas começando sua jornada científica.
O Futuro da Gestão de Peso: Integração, Não Competição
A verdadeira revolução está na personalização. Para alguns, Ozempic será a resposta. Para outros, estratégias naturais como o THCV – ou a combinação de ambos – podem ser o caminho. O ponto é: estamos avançando para além das soluções únicas, e a cannabis, com seu vasto espectro de compostos, tem muito a contribuir.
Conclusão: Enquanto a indústria farmacêutica corre para desenvolver novas terapias, não podemos ignorar o potencial da farmacopeia natural. O THCV é um exemplo de como a cannabis desafia estereótipos e se torna relevante até em discussões aparentemente distantes, como o controle de peso. Cabe a nós, profissionais da saúde e comunicadores, estudar, debater e orientar com responsabilidade – longe de modismos e perto da ciência.
E você, já conhecia o THCV? Como enxerga o futuro dessas terapias?
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