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Por que reduzir a cannabis a lazer é uma distorção cultural

Atualizado: 2 de ago.

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Durante décadas, a palavra "cannabis" foi automaticamente associada a criminalidade, desleixo ou "ficar chapado". Mas essa visão estereotipada ignora um universo complexo de usos medicinais validados pela ciência moderna. Neste artigo, vamos esclarecer por que essa redução à ideia de "droga recreativa" é uma distorção cultural com consequências reais.


A construção política do estigma.

A associação entre cannabis e criminalidade é um fenômeno recente na história da medicina. Por milhares de anos, a planta foi usada para tratar dores, inflamações, convulsões e distúrbios mentais. Foi apenas no século XX que a narrativa mudou, impulsionada por interesses políticos e econômicos. Campanhas de desinformação apagaram os usos terapêuticos da planta, promovendo o medo e consolidando a imagem da cannabis como "droga perigosa".



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Cannabis não é tudo igual: conheça os compostos.

Nem toda cannabis causa efeitos psicoativos. Isso depende da presença (e da proporção) de canabinoides como o THC e o CBD. O THC é o composto que altera a percepção, podendo gerar sensações de euforia. Já o CBD atua sem alterar a lucidez, com efeitos ansiolíticos, anti-inflamatórios e neuroprotetores comprovados. Também há compostos como CBG, CBC e CBN, com propriedades terapêuticas diversas e sem potencial de "barato".


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Cannabis medicinal exige protocolo, não improviso.

Na medicina, a cannabis é usada com rigor clínico. Profissionais capacitados analisam o histórico do paciente, definem formulação, proporção e dose, monitoram efeitos e fazem ajustes personalizados. Isso significa que não existe "receita pronta". A eficácia depende do equilíbrio entre compostos e do funcionamento do sistema endocanabinoide de cada indivíduo.


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O sistema endocanabinoide: um aliado biológico.

Nosso corpo possui um sistema inteiro dedicado a interagir com canabinoides: o sistema endocanabinoide (SEC). Ele participa do controle do humor, sono, dor, apetite e inflamação. Quando está em desequilíbrio, podem surgir sintomas físicos e mentais. A cannabis terapêutica age como uma "chave" para regular esse sistema, ajudando no tratamento de condições como ansiedade, insônia, epilepsia e dor crônica.



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Reduzir a cannabis ao lazer é ignorar uma das frentes mais promissoras da medicina contemporânea. O estigma cultural não pode continuar impedindo que pacientes encontrem alívio em terapias seguras e cientificamente embasadas. Cannabis medicinal é ciência, é protocolo, é cuidado.



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